sábado, 12 de julho de 2014

Diário de Gravidez: Ouvindo o coração + dificuldades da semana


Essa semana foi muito marcante. Ouvi o coração do meu bebê. 
Eu procurei palavras pra explicar como eu me senti, mas não encontrei. É um momento único, divino. Apesar de ser a segunda vez que vivencio essa situação...não tem jeito. Foi como a primeira vez.
Quando o médico aumenta o volume do aparelho e ouvimos o coração do bebê um silêncio se instala no consultório. Os lábios do médico sorriem e os olhos da mamãe viram cachoeiras.
O médico me disse uma coisa interessante:
"Eu adoraria fotografar o rosto de todas as mães quando ouvem o coração do seu bebê pela primeira vez."
Realmente, seria um trabalho fantástico !
Eu poderia ficar ali o dia todo ouvindo o coraçãozinho dele (a) bater. É o som mais lindo do mundo !!

Com o bebê está tudo bem. Mas o médico encontrou um pequeno problema na ultrassonografia. Um hematoma subcoriônico no útero. Aparentemente, algo simples e comum que se resolve com repouso e uso de progesterona.
Conversando com uma amiga que está com o mesmo tempo de gravidez que eu, descobri que ela está passando pela mesma situação. Fiquei mais tranquila. Conversei com uma médica conhecida e uma doula que, provavelmente, vai me acompanhar durante toda a gestação pois pretendo um parto humanizado desta vez, e elas me animaram muito. Fazendo o repouso e o uso dos remédios o hematoma é absorvido pelo organismo ou eliminado naturalmente.
Ou seja, estou de madame em casa...rs
Meu marido faz tudo pra mim e a Gi está sendo minha enfermeira.
Realmente, a situação faz o homem. Meu esposo que antes não cozinhava um ovo, agora faz arroz, feijão, salada. Ontem até arriscou fazer almondegas no molho de tomate que eu adoro.
Ele ficou chateado quando larguei mais da metade da comida no prato mas a culpa não é dele. A comida estava uma delícia.
E aí é que está a dificuldade da semana: não consigo me alimentar direito.
Eu sei, eu sei, eu sei...preciso comer bem. Ingerir nutrientes adequados. Mas eu simplesmente não estou conseguindo comer como eu comia antes.
Ouço mulheres falando que o apetite triplicou na gestação e, realmente, na gestação da Gi eu comia até as paredes. Só que, desta vez, eu estou comendo na marra.
Hoje cedo pra eu comer uma fatia de melão e uma vitamina de frutas foi difícil.
Essa madrugada acordei com muita dor no estômago. Era uma dor muito, muito forte mesmo. 
Fui obrigada pelo meu marido a sentar na cama e tomar um copo de leite e comer uma fatia de pão integral com requeijão. Dormi o resto da noite escorada em almofadas para não sentir queimação mas confesso que a dor melhorou. Meu estômago estava vazio mesmo.
Não tive nenhum desejo ainda. A única coisa que eu quis comer foi sardinha com limão. Mas não foi bem um desejo, apenas senti vontade. 
Minha mãe correu pra comprar, limpar, temperar. Comi um pedaço e deixei pra lá...rsrs.
Nenhuma comida me enche os olhos. Ainda sinto enjoo dos cheiros e dos sabores. Nem doces. Isso é impressionante...rs.
Acho que quando passar esse primeiro trimestre meu organismo vai querer tirar o atraso aí seguuuura...Hahaha !
Resumindo: como forçada pelos meus enfermeiros particulares de 3 em 3 hs porém em quantidades beeeem reduzidas. Isso faz meu estômago doer antes das 3 hs em que deveria comer de novo, me causando enjoo e dificultando a próxima refeição.
Outra prova de fogo é beber água. É beber e colocar pra fora. Preciso inclusive conversar sobre isso com meu obstetra da próxima vez. Não bebo água junto com as refeições pois sei que isso causa mesmo vômito. Mas é beber e vomitar a água inteirinha. (Perceba como a vida de gestante vai além do glamour de fotos bonitas aos 7 meses de gestação em cenários paradisíacos. Isso a Globo não mostra !!! Hahahahaha).
Resumindo (again): primeiro trimestre de uma gestação é complicado para a maioria das mulheres. Existem as exceções (não conheço mas devem haver), mulheres que não sofrem e dizem que nem percebem que estão grávidas a não ser pela ausência da menstruação. Eu acharia impossível não saber que estou grávida. Minhas duas experiências até agora têm sido bem marcantes.
Mas quando choro debruçada no vaso (glamour, Brasil !!) por não aguentar mais os enjoos, quando me sinto cansada fisicamente, quando o sono não me deixa fazer nada eu me lembro que chegará um dia onde eu verei um rostinho gordinho no colo do papai bem ao lado do meu rosto. E quando esse rostinho estiver colado ao meu ele vai parar de chorar quando ouvir: "Oi, meu amor, eu sou sua mãe !".
E todos os enjoos, lágrimas, desconfortos, sustos terão valido a pena. E eu não me lembrarei de mais nada.
Porque ser mãe é isso. É padecer no paraíso. É marcante, é forte. Afinal, ser mãe não é qualquer coisa. Porque a gestação seria uma coisa corriqueira? 
Como dizia minha avózinha: "Quem é uma mulher que não tem histórias da gravidez para contar?" Uma mulher sem histórias é uma mulher que não viveu.
São historias, são lembranças. E com certeza, um dia estarei relendo isso dando muitas risadas.


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